Imagem: Caminhosdobruto.blogspot.com
A
discussão sobre a possibilidade de melhoria nas estradas no país é um assunto
sempre debatido e isso não é novidade. O motorista consciente que paga seu seguro auto, IPVA, valores altos de combustível e que faz as
revisões do seu carro e segue as regras das leis de trânsito é o que mais sofre
quando precisa utilizar o veículo diariamente, até por escassez de oferta no
transporte público.
O
trânsito brasileiro deixa muito a desejar e dirigir diariamente pode significar
momentos de estresse e tensão, além de mais cansativo do que deveria ser,
quando não se torna até fatal.
Com
a volta às aulas no mês de fevereiro, o trânsito nas principais cidades chega a
triplicar em número de veículos. Muitos pontos são destacados para indicar a
deficiência deste setor, que grita por soluções. As lacunas do transporte
público, a falta de infraestrutura das estradas, rodovias federais e vias
municipais, e a falta de respeito às leis de trânsito são alguns tópicos
levantados como problemáticos e resultam no colapso da mobilidade urbana.
Um
comparativo entre as mortes no trânsito brasileiro e em outros países no
exterior aponta quão é elevado os números locais. Em 2008, o International
Transport Forum, organização intergovernamental formada a partir da Conferência
Europeia dos Ministros dos Transportes, com 51 países envolvidos, publicou
estudos que apontaram a média de mortes em vários países. O comparativo mostra
que o trânsito brasileiro mata 3,7 mais do que o trânsito da União Europeia e
2,5 mais do que os Estados Unidos.
A
adoção do Road Safety Policies (políticas de segurança rodoviária) tem o
objetivo de reduzir as mortes em estradas europeias. Desde que foi adotado tem
mostrado resultados positivos. O conjunto de ações que esse programa engloba,
além de reduzir as mortes, foca na melhoria da segurança do veículo, da
infraestrutura das vias e na melhoria do comportamento dos motoristas, temas
que parecem óbvios mas que só resultam em mudanças quando adotados de verdade,
essa é a diferença entre eles e a gente.
Em
2001 foram 54 mil mortes nos países integrantes da UE, com a adoção das medidas
da road safety policie, o número foi reduzido para 31 mil, em 2010. A tendência
é a redução muito maior até 2020 como planejam.
Já
um estudo divulgado pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais
(Flacso), em 2013, revelou que quase 1 milhão de pessoas morreu em acidentes de
trânsito no Brasil, entre os anos de 1980 e 2001, o número revelador exato foi
de 980.838 vítimas.
Quando
em 1998 o Código Brasileiro de Trânsito se tornou mais rigoroso, houve uma
destacada redução, mas que, infelizmente, perdeu o feito ao passar dos anos.
Por
outro lado também, a facilidade de compra de novos veículos e a troca exagerada
sempre por modelos novos, aumenta a frota de veículos assustadoramente. Em
alguns pontos em hora de pico é possível passar 5 vezes mais tempo em uma
trajetória curta, que seria facilmente percorrida em horário menos concorridos.
O
governo anunciou este ano que um investimento de R$ 143 bilhões será injetado
para melhoria da mobilidade urbana, projeto em parceria com os municípios.
Desse montante, R$ 33 bilhões será destinado aos transportes sobre trilhos. O
que nos resta é avaliar se mudanças reais acontecerão e se essas gigantes
verbas serão realmente transformadas em melhorias para a população. E ainda, de
fato, fazer nossa parte, se cada motorista dispor de mais responsabilidade
quando estiver ao volante de um automóvel, é de grande ajuda.
Texto enviado por Guilherme da
Luz – Editor do site www.seguroauto.org
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