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12 de mar. de 2014

O perigo das vias brasileiras

Imagem:  Caminhosdobruto.blogspot.com

A discussão sobre a possibilidade de melhoria nas estradas no país é um assunto sempre debatido e isso não é novidade. O motorista consciente que paga seu seguro auto, IPVA, valores altos de combustível e que faz as revisões do seu carro e segue as regras das leis de trânsito é o que mais sofre quando precisa utilizar o veículo diariamente, até por escassez de oferta no transporte público.

O trânsito brasileiro deixa muito a desejar e dirigir diariamente pode significar momentos de estresse e tensão, além de mais cansativo do que deveria ser, quando não se torna até fatal.

Com a volta às aulas no mês de fevereiro, o trânsito nas principais cidades chega a triplicar em número de veículos. Muitos pontos são destacados para indicar a deficiência deste setor, que grita por soluções. As lacunas do transporte público, a falta de infraestrutura das estradas, rodovias federais e vias municipais, e a falta de respeito às leis de trânsito são alguns tópicos levantados como problemáticos e resultam no colapso da mobilidade urbana.

Um comparativo entre as mortes no trânsito brasileiro e em outros países no exterior aponta quão é elevado os números locais. Em 2008, o International Transport Forum, organização intergovernamental formada a partir da Conferência Europeia dos Ministros dos Transportes, com 51 países envolvidos, publicou estudos que apontaram a média de mortes em vários países. O comparativo mostra que o trânsito brasileiro mata 3,7 mais do que o trânsito da União Europeia e 2,5 mais do que os Estados Unidos.

A adoção do Road Safety Policies (políticas de segurança rodoviária) tem o objetivo de reduzir as mortes em estradas europeias. Desde que foi adotado tem mostrado resultados positivos. O conjunto de ações que esse programa engloba, além de reduzir as mortes, foca na melhoria da segurança do veículo, da infraestrutura das vias e na melhoria do comportamento dos motoristas, temas que parecem óbvios mas que só resultam em mudanças quando adotados de verdade, essa é a diferença entre eles e a gente.

Em 2001 foram 54 mil mortes nos países integrantes da UE, com a adoção das medidas da road safety policie, o número foi reduzido para 31 mil, em 2010. A tendência é a redução muito maior até 2020 como planejam.

Já um estudo divulgado pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso), em 2013, revelou que quase 1 milhão de pessoas morreu em acidentes de trânsito no Brasil, entre os anos de 1980 e 2001, o número revelador exato foi de 980.838 vítimas.

Quando em 1998 o Código Brasileiro de Trânsito se tornou mais rigoroso, houve uma destacada redução, mas que, infelizmente, perdeu o feito ao passar dos anos.

Por outro lado também, a facilidade de compra de novos veículos e a troca exagerada sempre por modelos novos, aumenta a frota de veículos assustadoramente. Em alguns pontos em hora de pico é possível passar 5 vezes mais tempo em uma trajetória curta, que seria facilmente percorrida em horário menos concorridos.

O governo anunciou este ano que um investimento de R$ 143 bilhões será injetado para melhoria da mobilidade urbana, projeto em parceria com os municípios. Desse montante, R$ 33 bilhões será destinado aos transportes sobre trilhos. O que nos resta é avaliar se mudanças reais acontecerão e se essas gigantes verbas serão realmente transformadas em melhorias para a população. E ainda, de fato, fazer nossa parte, se cada motorista dispor de mais responsabilidade quando estiver ao volante de um automóvel, é de grande ajuda.

Texto enviado por Guilherme da Luz – Editor do site www.seguroauto.org


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