No final da década de 60 os brasileiros passaram a ter uma nova opção na hora de trocar de carro. O luxuoso sedã da Chrysler chegava às lojas esbanjando charme e potência. O motor V8, com 318 polegadas cúbicas e potência superior aos 200 cv, criou um novo patamar de desempenho no país.
VÍDEO
No ano seguinte chegava a versão cupê, com um estilo mais agressivo. O clássico das fotos na cor vermelha (etrusco) é um representante da safra 1971 e chama a atenção pelo alto grau de originalidade. Os amigos mais próximos conhecem o modelo pelo apelido de Dr. Rodolfo, em homenagem ao saudoso Raul Cortez, que no filme “Roberto Carlos a 300 km/h” circula pela cidade a bordo de um exemplar idêntico a este.
Serginho, como é conhecido no Chrysler Clube, é o dono da máquina e me contou que o Dart chegou às suas mãos em 2008. “Eu sou o 3º dono. Ele foi retirado zero-quilômetro na extinta concessionária Autoserv, em Santo André”, revela. “Após passar um tempo em Guarulhos hoje está novamente emplacado e de volta à sua terra”, conta com orgulho.
Como já havia dito, o V8 nunca foi restaurado. “A pintura ainda é a de fábrica e a parte mecânica foi completamente revisada. O bloco foi repintado na cor azul firenze em Campinas”, salienta. Nesse ponto cabe uma homenagem. “Gostaria de deixar registrada a atenção inigualável do Sr. Duilio Menardi, que fez a revisão mecânica. Mesmo estando na cama de um hospital lutando contra o câncer, ficou muito preocupado em me entregar o carro a tempo. Foi seu último trabalho em vida. Ele nem chegou a vê-lo rodando novamente”, ressalta.
O proprietário me contou ainda que é um apaixonado pelos Darts da linha 1971-72 e já está de olho em outro exemplar. A paixão também passou de pai pra filha. “Outro fato que de certa forma me deixa muito feliz é que minha filha Laura de 4 anos ama de paixão o Dodge até diz para todo mundo que o carro é dela. Quando tem algum encontro ou evento e deixo de ir com ele pra ir com outro carro ela chega a chorar muito”, diz.
Curiosamente neste ensaio ocorreu algo completamente anormal. O tempo fechou de repente e a chuva veio com disposição. O que fazer? Essa é uma questão complicada em se tratando de automóveis antigos, mas o clássico tirou de letra. Fizemos os vídeos debaixo de muita água e o resultado ficou excelente.
Talvez tenha sido o zeloso mecânico citado três parágrafos acima que resolveu dar uma passadinha pra ver o resultado do seu trabalho em companhia de São Pedro. Mas tudo transcorreu bem. E o Dart fez bonito e deixou claro que dodgeiro é dodgeiro, até debaixo de chuva...
5 comentários:
Incrível Bellote, tanto a história deste exemplar das imagens, quanto a história do ensaio. Os Dart e Charger são dois dos grandes esportivos fabricados no país, e fazem parte de uma época em que no Brasil tinha-se oferta de verdadeiros carrões esportivos e seus V oitões com roncos bravos e boas performances, coisa que hoje faz falta na oferta de veículos.
Apesar da chuva durante o ensaio, deu até um ar nostálgico (e sombrio) às imagens...quanto ao vídeo..MOPAR com certeza (rs)
Parabéns por mais este ensaio OFF e 'On MOVIEmento', deste fantástico e impecável ,odelo.
abs.
ALYSSON PRADO "BALO"
Sou fã destas banheironas. São carros cheios de personalidade.
São lindos.
Olá Renato
ficou legal essa ensaio ! a chuva caiu bem ! rsrs
abraços
Fernando Gennaro
Cara, me bateu uma saudade... eu criancinha ainda. O Dr. Manoel Etto tinha um Dart verde e o Gilberto da Cofeauto um Charger R/T, amarelo... eu só olhava, sentadinho na mureta, calças curtas... putz. Obrigado.
Abs.
Belo ensaio Bellote. Tive um Luxe Branco 73, mas não chegava aos pés da conservação deste. Impressiona contar ainda com a pintura original. Ah, e a retomada em 3a. era inesquecível.
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